sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Canção de Exílio


Canção do Exílio

                        Eduardo Dall’Alba

 

Minha terra tem parreiras

Onde canta o sabiá

Tem trabalho dos mais simples

Que não encontro por cá

 

Em cismar comigo a noite

Menor parazer eu encontro

Minha terra tem parreiras

Onde é difícil cantar

 

Minha terra tem parrreias

E colonos à deriva

E uma crise, das fortes

Que colonos algum se esquiva.

 

O metal da minha terra

Me ofusca a vista,

Foi uma terra fria e dura

E de difícil conquista

 

Não permita Deus que eu morra

Sem que eu volte para lá

Minha terra tem parreiras,

Onde é difícil cantar

Filó uma experiência de paraíso


Filó uma experiência de paraíso

                     Frei Rovílio Costa

 

Nas noite longas de inverno

fiavas vida e sustento:

pungir de um Vêneto eterno

no canto fundo do vento!

(Itálico Marcon, Porto alegre, amanhecer de 26/07/1971)

                O contadino (agricultor), durante os meses de inverno, tinha que permanecer em casa, pois não havia condições de trabalhar na lavoura. Se não  houvesse um trabalho doméstico, a vida se desenrolaria num constante e, por vezes monótono filó. As mulheres tinham o tempo ocupado em preparar refeições, costurar bordar, tricotar, fiar. Os homens também fiavam. A ordenha, para quem tinha vacas leiteiras, o fabrico do queijo, manteiga, requeijão era outra atividade envolvente. Mas a maior pare do tempo era livre. Surgiram, assim, os famosos contadores de histórias, especialmente às crianças para entretê-las. Uma atividade das mães era ensinar os filhos pequenos a decorar o catecismo e muitas orações ensinadas pelos mais velhos e que passaram de geração em geração.

                A palavra filó significa, na Itália, o conjunto de trabalhos manuais que podiam ser executados em casa, no período de inverno. Uma boa atividade era o encontro entre vizinhos. Uma família visitava outra e vice-versa.

                Para quem não tivesse o aconchego dos animais, na estrebaria, anexa à casa, o aquecimento  doméstico tinha que ser feito à base de lenha.

                Impossível seria enfrentar o inverno rigoroso, de muits graus abaixo de zero, sem o aquecimento pelo fogo doméstico.

                Mas escassa era a  lenha e hoje ainda o é nas pequenas borgatas onde ainda não chegou o aquecimento domiciliar. Que fazem, hoje, nessas localidades, as pessoas idosas, os aposentados que ficam em casa  sem o que fazer?  Para economizar lenha, costumavam reunir-se anciões de duas ou três famílias, um dia nesta outro dia naquela casa, até o anoitecer, para assim, queimar lenha numa só casa. À noite, retornando, acendem o fogo para preparar os alimentos e aquecer o ambiente. Em La Valle Agordina “Belluno” em 1984, visitamos um grupo de anciãos de três diferentes famílias, reunidos numa mesma casa, ao redor do fogo, num rigoroso inverno janeiro. As mulheres faziam diferentes costuras e os homens se ocupavam   contando histórias.

                Em nossas colônias não tivemos problemas do frio. Mas o filó passou a ser uma tradição ou uma atividade da noite, ou do anoitecer. Depois de escurecer não dá para trabalhar na lavoura, sentão prepara-se a comida, fica-se conversando, rememora-se o dia passado, os pais aproveitam para uma conversa pedagógica com os filhos e a harmonia se torna completa quando, finda a janta, todos, de joelhos, desfiam as contas do rosário, rezando o terço, agradecendo a Deus pela vida, saúde, colheitas, pedindo a libertação das inteperies e pragas e rezando pelos doentes, pelos falecidos...

                Na colônia, quando se determinava fazer filó em alguma família, juntava-se em casa, procurando chegar umas duas horas antes do horário dessa família ir dormir. Tinha-se o cuidado de chegar na família depois que já tivesse jantado. Aí se ajudava a lavar a louça, se o estivessem fazendo, senão se rezava juntos o terço, se o estiva alguém doente, era costume estivessem rezando. E seguia-se o filó...

                Se houvesse alguém doente, era costume visitar também no horário do filó, mais com visita mais breve e com outro ritual. Chegava-se, visitava-se o doente, ficava-se em filó com os familiares em tempo mais breve. Ao final, se o doente não estivesse dormindo, fazia-se a despedida. O filó era com os familiares, sempre da maneia que não perturbasse o repouso do doente.

                Quando, porém, alguém estava em estado grave de saúde, que demandava a presença de alguém, noite e dia, aí estavam os vizinhos, em rodízio, sobretudo à noite, para auxiliar nesses momentos difíceis.

                O filó era, pois, um momento de harmonia da família com sigo mesma, da família com Deus através da oração, e da família com os vizinhos através de encontros periódicos, ditados pelo bom-senso e pelo nível de amizade entre famílias de costume e tradições próprias. Hoje ainda, festeiros de capelas, presidentes ou distribuir encargos entre associações, quando precisam combinar atividades ou distribuir encargos entre associados, vão fazer filó à noite, e passam a limpo a situação da entidade ou instituição que dirigem.

                Os filós eram momentos privilegiados para a crianças que podiam encontrar-se e brincar  juntas; para os jovens que se instruíam pela conversa dos adultos e também tinham oportunidade de encontro com o bem-amado ou bem-amada; e com os adultos que descorriam sobre as culturas, preços, negócios, a troca de sementes o empréstimo de animais reprodutores, troca de jornadas em tarefas especiais, a necessidade de auxiliar alguma família que necessitava de mão-de-obra, por ter alguém doente. Enfim, o filó era, acima de tudo, uma grande escola de valores humanos e cristãos, de educação para sociabilidade e cidadania.

                A dureza de um dia de trabalho não terminava na subjugação pelo cansaço, mas na harmonia do encontro. Famílias que não se visitassem em filós, eram famílias mal relacionadas.

                O filó era também oportunidade de convidar os vizinhos, por ocasião da safra de pinhão, batata, amendoim, laranjas, nêsperas, pêras... Oportunidade em que se aproveitava o bom vinho caseiro. A sensibilidade sugeria que se convidadesse os vizinhos que não haviam produzido tal e qual produto para compartilhar com eles.

                As épocas de safras, eram oportunidades para convidar os amigos ao filó. Ao tempo da uva, convidava-se alguém que ainda não tinha parreiral, para comer uva e beber o vinho doce. O amendoim, o pinhão, a batata, os crostóli, o vinho, a graspa, o café, as bolachas caseiras, eram comes e bebes corriqueiros nos filós.

                Poder-se-ia citar muitos elementos do filó. Mas, o mais importante é aquele filó não esporádico, mas que acontecia todas as noites na casa de cada colono. O encontro da família, preparando-se para a janta, jantando, lavando a louça, fazendo trança, dobrando palha de milho para cigarros, limpando a casa... em meio a uma conversa panorâmica do dia vivido. A família transformava-se em antecâmara do paraíso quando, no final de tudo, jovens, velhos e crianças se ajoelhavam e rezavam conforme o costume de cada família. Crianças adormeciam sobre os bancos e tinham que ser levados à cama no colo, jovens também pegavam no sono e vinha um sacudão dos pais para acordá-los e reagir ao sono porque precisavam rezar. Ia-se à cama abençoado por Deus, com a esperança de levantar disposto e feliz para um novo dia de trabalho que terminaria com um novo dia de paraíso, com a mesma oração noturna, mas cada dia com motivações e intenções diferentes.

                O trabalho era o sinal do progresso, os frutos do trabalho eram sinal da bênção de Deus. Mas a refeição com todos juntos, com alegria e saúde era sinal da vida, da saúde e do amor entre pais e filhos, e a oração era o grande sinal do paraíso. O filó era, pois, a grande síntese da vida do homem em família, em vizinhança e em relação com Deus.

Bibliografia:

 Nós os Itálicos Gaúchos: Mário Maestri..,{et al.} . – Porto Alegre, Ed Universidade /UFRGS. 1996.

Os Filós


 

Os filós

Na história – Os imirantes italianos, movidos pela distância da terra natal e pela fé cristã, se reuniam para compartilhar experiências, trocar informações, dialogar, cantar, divertir-se e cultivar amizades. Essas reuniões entre famílias vizinhas ficou conhecida como filó (serões)

A saudade era imensa, mas graças à fé, alegria e união, conseguiram força para levar adiante a vida nova em terras desconhecidas. “Após a longa jornada de trabalho na roça, os colonos se reuniram em família, na casa de vizinhos, sempre à noite, para descontrair a aliviar o peso dos dias de trabalho”, descreve Vanice Dal Magro, dirigente de turismo.

Nesses encontros, as mulheres se reuniam para falar de educação dos filhos e dos acontecimentos da comunidade e para fazer artesanato. Elas não se envolviam nos assuntos dos homens, reuniam-se em outros ambientes para conversar (ciacolar) sobre a família, lide domésticas, culinárias etc. Ao mesmo tempo, trançavam a palha de trigo, utilizada para confeccionar chapéus e cestas

Fonte Correio Riograndense. Caxias do Sul, 16 de  novembro de 2016

www.correioriograndense.com.br          @mairadefatima@jornalcr.com.br

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Informações sobre agricultura


Plantação

Francisco Júlio da Silva e  (Valter da comunidade Nossa Senhora das Graças)

Tudo que dá debaixo da terra, planta-se na lua minguante

Cortar madeira lua minguante, menos na 3º e 4º  não é bom porque tem a letra “r”.

Do mês de maio até agosto é bom para cortar, é bom para cortar, toda lua é boa.

Quando a lua se forma ( na cheia não é bom para plantar)

Na última lua de minguante é bom para plantar feijão preto.

Matar porco deve-se matar na lua minguante.

O que vale na carne é o sal. O pai do Francisco disse que certa vez comprou um saco de sal de 30kg para salgar a carne, essa ficava branca de sal.

Caçar nos quatro meses que não tem “r”, maio junho, Júlio e agosto.

Corta-se madeira nos meses que não tem “r”   (Gerônimo Rossi).

Plantar milho na lua nova – só se for terra fraca

Na lua nova não se planta  nada somente flor. Podar roseira na lua nova durante 2 anos depois os pé morrem.  Não se corta erva mate na lua nova o tronco morre.

Na terra boa deve-se ser na lua minguante

Na lua crescente planta-se de tudo, porque a lua é boa.

Feijão preto: planta-se na minguante de setembro, ou de outubro

Milho: planta-se também na minguante na lua escura na passagem  para a minguante.

Pipoca pode se plantar, qualquer lua fora da nova.

Cortar madeira: mês de maio , junho, julho e agosto, madeira dura mais, não possui água dentro.

Fruteiras planta-se no inverno. Ela não morre, pois a seiva não circula.

Lua escura é a perda da lua.

Lua clara, já tem lua.

Porco deve ser carnear na lua minguante. Na lua nova estraga todo o produto feito da carne de porco.

Galinha nunca por em choco no verão, cria piolho, é muito quente.

Colocar galinha em choco na minguante, então nasce os pintos na lua cheia, sempre com número de ovos ímpar, conforme o tamanho da galinha.

Sempre por os ovos galados  números impar de acordo com o tamanho da galinha.

 A banha era cozida e colocada junto a carne de porco no tempo que não tinha a geladeira, alguns lavavam bem as batatas doce e colocavam junto com a banha quente.

Não se deve plantar a batata doce na lua nova, elas caruncham todas.

Na lua escura no penúltimo dia da minguante, na lua perdia e o 1º dia da nova  cortar árvores neste dia é impróprio porque a árvore chora e não brota.

Cortar árvores no mês que não tem “r” na minguante (não caruncha e não cria cupim) Meses adequados é maio, junho, julho e agosto. Sempre na minguante.

Podar sinamomo na lua minguante de agosto cresce menos.

Madeira se corta na lua minguante, senão caruncha muito.  A serraria não corta quando tem “r” . Dias apropriados segunda-feira, quinta-feira, sexta-feira, sábado.

Para pescar a melhor lua é a quarto crescente.

Colher  os ovos na sexta-feira santa e come-los no domingo de páscoa em jejum evita que a pessoa fique mordido de cobra.

Cortar as unhas na sexta-feira santa não dá dor de dentes

Lavar os olhos no sábado santo às 10 hs da manhã,  Hora em que jesus ressuscitou não da dor dos olhos,

Marcela colhe-la na sexta-feira antes que nasce o sol, previne doenças do estomago

Não comer carne na sexta-feira santa, porque é vigília e abstinência de carne.

Feijão preto: planta-se na lua escura, quando não tem lua, antes de fazer a nova. Pode ser na minguante nos últimos dias.

Milho: planta-se não pode plantar quando faz a lua cheia, para a cheia antes da lua cheia. A Pipoca deve ser plantada no dia seguinte para não castiçar (misturar).

Milho planta-se na lua minguante,  dois a três dias depois que a lua se faz, pois se plantar crescente  caruncha tudo, e se plantar na lua nova da o carvão  no pendão e espiga.

Plantar milho ou pipoca no sábado e domingo não caruncha.

Mandioca se plantares na lua nova fica amarga, dá nova até a crescente não dá para plantar.

Repolho não pode plantar na lua crescente, porque não da cabeça, só cresce e não bota a flor.

O que da embaixo da terra pode-se plantar na minguante.

Batata e mandioca: planta-se sempre na lua minguante. Se plantares na lua nova caruncha tudo.

Mudar cebola na minguante de julho na faz a flor.

Corte de madeira: sempre nos meses de maio, junho e julho e agosto, mês que não tem “r” , a madeira dura mais.

Erva mate, para desgalhar só no mês de agosto ou setembro. Os galhos protegem a planta e se dá uma geada mata o tronco. Se pegar geada encima do corte a árvore morre.

Mandioca se planta na lua minguante de no final de agosto e inicio  de setembro.

A poda das  pareiras devem acontecer na lua minguante de agosto.

Matar porco para consumo de carne em casa deve ser na lua minguante, para a carne e banha não estragar.

Castração de cavalo na lua minguante de janeiro, o pelo do animal fica mais lustro

Melancia planta-se na minguante de setembro.

Abobora planta-se na minguante de setembro.

Fruteiras planta-se nos meses de junho, julho e agosto. Planta-se nos meses de inverno, de maio , até agosto. 

A raiz nua é arrancar do saquinho e mudar. Planta-se na lua crescente ou na cheia.

Na lua nova chega até aflouxar os dentes da pessoa disse um Senhor de idade Luiz Piovesan.

A lua em pé marinheiro sentado

 

Produção de animal:

Lua nova mais para a produção de fêmea, antes do meio dia. Na parte da tarde é mais para macho.

Se pegar a cria na lua nova da fêmea. Se  pegar cria na lua minguante é macho.

Se a barriga da vaca estiver na direita, e macho, se estiver na esquerda é fêmea.

Para descobrir se é homem ou mulher, deve soletrar as primeiras  letras do casal. Francisco e Maria, por isso que se for consoante é macho e se por vogal é menina.

Tabela das fases da lua

Na lua nova nasce mais terneiro macho .

Nas demais luas é mais favorável nascer femeas.

Atendendo seu pedido final a tabela que os almanaques antigos publicavam sobre o que plantar em cada fase da lua é a seguinte:

                Lua Crescente – plantas de folhas, como a alface;

                Lua Cheia – plantas de cabeça, como a cebola;

                Lua Minguante – plantas de raízes, como o aipim;

                Lua Nova – todas as plantas de flores

 

Milho : planta-se na lua minguante. Se planta na crescente da lua bicha muito . Depois que se faz a lua no segundo dia.

Na lua nova da carvão no pendão e na espiga.

Mandioca lua nova fica amarga da nova até a crescente não da para plantar.

Bata se doce se planta na lua nova caruncha.  Lua cheia caseira cheia.

Cortar árvore nos sábado e domingo, qualquer lua não bicha.

Plantar  milho ou pipoca no sábado e domingo não bicha.

Mudar cebola na minguante de julho não faz a flor.

Poda da parreira é na minguante de agosto.

Põe a galinha a chocar no domingo nas também no domingo. Sempre coloque os impar 7 ovos 9, 11, 13 do tamanho da galinha. Se coloca na minguante os pintos nascem na cheia mais fortes.  Coloque em forma de cruz.

Lauro zanatta

 

Influência da lua na Agricultura

                     Emater –rs   Ascar

Sabia que além do sol existe astro que  exerce a influência sobre o planeta terra?

Esse planeta é a lua. Ela recebe a luz do sol e reflete sobre a terá emitindo energia, força de gravidade, a qual atua sobre as plantas animais, água e terra.

Fase da lua

A lua passa por quatro fases; ,minguante, mova ,crescente e cheia. Cada fase dura sete dias.

Lua minguante

Nesta fase é pouca a influência da lua sobre a terra. É provável esta força seja insignificante. A energia ou força contida tende a descer. Daí pensam no que os mãos velhos dizem “nesta fase da lua as coisas crescem na terra para fora minguam, e as coisas que crescem de fora para dentro vigora “raízes”)”

Na pratica observando  o comportamento das hortaliças, concluiu-se  que nessa faze plantando-se raízes; rabanete , beterraba, cenoura, inhame, batata, cebola de cabeça (bulbos) e outras. Isto porque a planta ao germinar , primeira força o enraizamento, demora mais a nascer, retarda um pouco o crescimento, porte menor, raízes mais desenvolvidas. Quando à seiva, a planta absorve menos quantidade de seiva no caule, nas folhas e nos ramos. Fase boa para tirar bambus, madeiras para construção e cabos para ferramentas, etc,

Obs: A durabilidade é maior, mais ao ataque de pragas. Bom para fazer desbrota (porque a planta está menos concentrada de seiva, cicatriza mais rápido os ferimentos e dificulta a penetração de parasitas). Faz-se a poda caso queira retardar a brotação  (lembrando que podas repetitivas nessa fase da lua podem levar a  planta ao enfraquecimento, e até mesmo interromper o seu ciclo de vida).  O que acontece se plantamos raízes na lua forte? No caso das hortaliças, a planta vegeta muito chegando algumas a não produzirem raízes.

Obs: Em todos as fazes sempre é bom você  pegar o auge da lua (dois ou três dias após ter começado a fase);com exceção da minguante, que você poderá pegar a partir do quinto dia da cheia, isto porque   está minguando, mas não descantando a possibilidade dela exercer pequena influência sobre a planta.

A batata – doce e a mandioca têm duas opções para plantio:

1 Plantar na minguante as ramas da batata ou a maniva da mandioca no mesmo dia que forem colhidas.

2 – Colher a rama ou as manivas dois ou um dia antes da nova, deixar murchar a sombra e  plantar a partir do segundo dia da nova. Quando colocamos as ramas ou as manivas para murchar, elas perdem reservas (seivas) e ao plantar na lua nova elas tendem a forçar tanto o broto quanto a raiz  (lei de sobrevivência).

Lua Nova

Nesta fase, ela começa exercer influência sobre a Terra, a seiva (sangue da planta) manifesta-se em maior quantidade no caule, em direção aos ramos. Nesta fase, planta-se mais couve- comum, almeirão, cebolinha, espinafre, planta-se plantas medicinais e outras.

Obs; Planta-se mais para o aproveitamento de folhas; exceto as verduras folhosas que aglomeram as folhas (o mesmo que formar cabeça) repolho, chicória, alface, couve-chinesa e outras.

Bom também para o plantio de árvores cujo objetivo e produção de madeira.

Lua crescente

Fase em que a lua exerce influência muito boa sobre as plantas, nessa fase a seiva está presente em maior quantidade no caule, nos ramos e nas folhas.

Fase boa para plantar tomate, pimentão, jiló, quiabo, berinjela, feijão –vagem, pepino. Bom para se fazer enxerto, poda (para brotação-rápida).

Obs: O tomate plantado nessa faze lunar produz mais, as pencas ficam mais próximas, com mais frutos, já na minguante, produz pouco, na lua nova, alonga-se a haste e as pencas com maior possibilidade de ataque das pragas.

Lua Cheia

Fase em que a influência sobre a terra chega ao ponto máximo, mas só nos primeiros dias, depois porque depois de sofre o efeito da minguante. No início desta fase planta-se: repolho, couve-flor, alface e outras. Além das hortaliças esta fase é ótima para o plantio de flores. É importante frisar que nesta fase a seiva se concentra na copa das planta (ramos e folhas).

 

Você sabia

Para seguir a fase lunar deve partir desde o semeio ou plantio porque são os primeiros dias de vida da planta que a lua exerce maior influência.

Para colher frutos, a melhor fase é a lua cheia. Os frutos estão mais suculentos devido a maior quantidade de seiva encontrada nos frutos. Já para as raízes a vagens, na minguante pois,,, a planta encontra-se com menos seiva facilitando o cozimento, segundo afirma a  engenheira agrônoma e pesquisador  Ana Primavesi – Edicão Guia Rural – Abril.

Para colher milho, arroz, abóbora e outros armazenamentos, são melhor n plantam feijão na minguante porque resistem mais ao ataque do caruncho, gorgulho etc.

Melhor fase para plantar banana: na nova e crescente. Na minguante, leva muito empo para produzir e produz cachos pequenos.

Alguns agricultores plantam feijão, milho, ou mesmo frutíferas na minguante para eitar ataque de brocas, lagartas etc. Muitos usam métodos mesmo sabendo de uma possível queda de produção.

Se fizermos semeio de uma determinada cultura em uma fase lunar, o plantio deverá obedecer a mesma fase. Caso contrário, sofrerá influencia das duas fases. Tendo a fase inicial como dominante.

O plantio por estaca deve ser efetuado na lua nova cujo objeto e a produção de caule e folhas, já  para produção de frutas, o mais indicado é na lua crescente. Seguindo os mesmos “os insetos se manifestam mais na lua forte”.

Informações úteis para a vida camponesa (agricultura)


Informações úteis para a vida camponesa

Frei  Wilson zanatta

- amendoim se planta no dia das crianças e melancia nos finados e semente de cebola na quarta-feira de cinzas, para ter boa produção.

- O avestruz macho também choca os ovos no ninho e cuida dos filhotes tanto quanto a fêmea

- papagaios, tanto a fêmea como o macho se acasalam somente com um parceiro. Quando um deles morre, o outro continua sozinho.

- Quando a fumaça sobre reta é sinal de tempo sem chuva e quando ela abaixa é sinal de chuva.

- Os ovos mais alongado nascem filhotes machos e os ovos arredondados nascem fêmeas.

- para distinguir pintos quando pequenos, se são machos ou fêmeas, observar: os primeiros a nascer o rabo são frangas.

- Ao plantar mudas de árvores, colocar aos seu redor semente de milho, o pé de milho ajuda para manter a umidade.

- parreiral: Para evitar pérola (carrapatos) nas raízes da parreira é bom plantar ao seu lado alho (porró), conhecido também como alho macho.

- ao plantar cebola próximas do alho, se correr ferrugens, estas vão para o alho e não para as cebolas.

- Antes de plantar a semente de alho, deixar quatro horas no frezeer, ajuda para o alho não perfilhar.

- queimar a raiz do alho com fogo da vela ajuda para conservar o alho, porém, ele não germina mais.

- O peso do coração de um boi corresponde 1% do seu peso de carne. Por exemplo, se o boi der 160kg10 de carne, o coração pesará 1kg e 600gramas. E a paleta pesará 10% de seu peso portanto, se o boi der 160kg de carne à paleta pesará 16kg.

- ao carnear um frango do terreiro, existem pessoa que colocam a po Por ntinha da asa e uma pontinha do coração no terreiro, para sempre ter muitos frangos.

- há pessoas que indicam a existência de água para fazer poços com uma forquilha de pessegueiro, ou vime... já vi pessoas indicarem existência de água com uma taquara seca. Outros simplesmente sentem onde passa a veia pelo olhar, ou passando a mão estendida sobre a veia de água.

- a profundidade da água corresponde desde onde começa dar sinal até onde o indica o máximo Por exemplo, se a forquilha começa dar sinal; comece medir até onde ela fica totalmente para baixo. Esta distância indica a profundidade necessária do poço para encontrar a via de água.

- as galinhas de pernas amarelas tem carne mais gostosa que as galinhas de pernas pretas.

- para o porco não fuçar a terra, colocar um arrame no focinho, quando pequeno, depois de grande, sem o arrame, ele fuça mais a terra.

- as formigas não procuram muito as árvores nativas.

- as moscas quando tocarem na gente e provocar irritação é sinal de anúncio de chuva.

- Um barril de petróleo tem 159,2 litros de óleo.

- a linhaça contem 38% de óleo

- a soja contem 18% de óleo.

- A mamona contêm 45% de álcool.

- ao colocar garrafas de pet (as mais brancas, transparentes) cheias de água no pátio em torno da casa evita os cachorros defecar no local.

- uma dúzia de tábuas corresponde a 12 tabuas de Cinco metros e meio de comprimento por trinta centímetros de largura. Duas Dúzias de tábuas formam 1 metro cúbico de madeira.

O ideal para escolher sementes de milho, para não perder a genética, seria bom que fosse tiradas 200 espigas, nem que seja um grão de cada espiga.

- ao semear aveia, espalhar juntos, bem ralo, grãos de milho para que ao crescer os dois, os pulgões deixam de atacar a aveia para se alojar no milho.

-para tirar o mau hálito deixado pelo alho, comer em seguida salsa. E para diminuir o cheiro do alho, eliminar o broto que está no dente do alho, no seu interior.

- a água numa cisterna redonda não se estraga, enquanto se for depositada numa cisterna quadrada, a água se estraga. Isto ocorre na cisterna redonda a água faz giro conforme a terra gira, o que não ocorre na quadrada.

- a separação do sal no azeite se dá por um processo simples. Colocar o óleo num recipiente e acrescentar outro tanto de água, mexer e deixar misturando no mínimo 24 horas e depois disso tirar a água com uma manguinha. O sal sai junto com a água, o óleo fica quase puro.

- quando ocorrer geada em cima do barro chove novamente em seguida.

- quem não come carne não adquire câncer.

- o redemoinho quando voa em direção dos rios e sangas é sinal de chuva, mas se for ao contrário dos rios, é sinal que a estiagem continua.

- ao plantar língua de vaca em baixo dos parreirais, e ao formar nódulos na raiz, revela doenças na parreira.

- para afiar o liquidificador, moer cascas de ovos.

A cobra campeira não é venenosa. Esta incomoda tanto a cobra cruzeira, que é venenosa, acabando com a morte dela. Em seguida a cobra campeira engole a cobra cruzeira inteirinha começando pela cabeça.

- ao furar um radiador do carro, colocar a clara de ovo dentro e, deixar o carro em funcionamento, em pouco tempo o radiador ficará concertado.

- para eliminar berrugas nas tetas das vacas, passar babosa pura.

- para curtir pelego, colocar adubo químico, adubo usado nas plantações. Espalhar em cima do couro, mais ou menos 2 a 3kg. Enrolar para que o adubo fique por dentro, no couro. Enrolar tipo cigarro. Deixar dois dias desse jeito. Pode ser lavado em seguida se precisar. O pelego fica muito macio.

- Para fazer água sanitária (Qboa) natural, basta pegar um balde, colocar metade de cinza e metade de água. Mexer todos os dias, em 15 dias está pronto. Engarrafar e usar, não mancha as roupas.

Bibliografia.

WILSON. Zanatta. Sabedoria camponesa: ervas medicinais, remédios e receitas caseiras. 2.ed.ver e amp. Candiota, RS: Instituto Cultura Padre Josimo, 2015. 124p

O Agricultor


O agricultor

Ele está lavrando a terra

Com chuva, sol ou calor

Nunca deixa a sua roça

Nosso irmão agricultor

 

Empunhando a sua enxada

Vive sempre capinando

A lavoura vai crescendo

Quando o chão vai cultivando

 

A vem da terra bendita

Toda a fartura e grandeza

Da umidade do suor

Há de brotar a riqueza

 

Vem dali o alimento

Que surge do sacrifício

Vem dali todo o sustendo

Através do benefício

 

Quando passares na roça

Vendo alguém a trabalhar

Cumprimente-o com respeito

Sem receio de abraçar

 

Pois dentro da natureza

Esse alguém – rosto suado

Confundindo-se na terra

É por deus abençoado!

Antônio Cândido Barone

A Praia 2016

É um encanto, paixão

Descansar a beira mar

Desfrutando o ar gelado

Que anima o coração

 

Fico grato ao Pai do céu

Pela beleza e imensidão

Que traz aos veranistas

Grandes Belas recordações

 

As crianças fazem festa

Os adultos aprienções

Alegrias aos pais e irmão

 

A natureza sempre bela

Faz tudo sempre reviver

Transforma o nosso ser

O Quinze


O quinze

Bem que a Raquel de Queiroz falou

A seca de mil novecentos e quinze

Foi a pior que o mordeste passou

Morreu quase tudo e pouco sobrou

 

O Fenômeno el ninho no sul

Acontecido em dois mil e quinze

Muitas catástrofes passou

Muitos perderam tudo, a vida mudou

 

Não há o que fazer com isso

São catástrofes da natureza

Que vinga-se com certeza

 

O ser humano é o pior explorador

Só quer levar vantagens em tudo

De sujeito se torna sofredor

São José do Herval 15-12-2015

Frei Paulo f Zanatta

Missa do centénário de Nascimento de Primo Armando Corbellini


Missa do Centenário do Nascimento de Primo Armando Corbellini

Com.:  Acolhidao

PRIMO ARMANDO CORBELLINI ( Personalidade Mundial). Nascido em GARIBALDI-RS, filho de Imério e Ester, iniciou no Colégio Santo Antonio, Inst.Champagnat Professor em Porto Alegre ( Rosário) Santa Maria e Curitiba. Abriu Fundação em Portugal e Moçambique. Uma aventura Prof. do líder Jonas Savimbi, intermediou o conflito com Samora Machel, onde foi perseguido , nas savanas africanas na divisa com a Rodézia (Zimbábue) dormiu nas árvores à noite para fugir das feras selvagens . Personalidade forte física e mental,destemido foi " Paraquedista, saltando com seu cão de forma inédita" Pelos registro Civil de Garibaldi nasceu em 22 de Janeiro de l916, e faleceu em 01/06/1996 aos 80 anos. no Rio de Janeiro em ação social e abrigo aos refugiados. Pelo registro no Cartório Civil de Garibaldi seu centenário de nascimento será dia 22/01/2016. Também conhecido com o irmão Armando Cordeiro(Moçambique) e Irmão Pacômio.

Filó uma experiência de paraíso


Filó uma experiência de paraíso

                     Frei Rovílio Costa

 

Nas noite longas de inverno

fiavas vida e sustento:

pungir de um Vêneto eterno

no canto fundo do vento!

(Itálico Marcon, Porto alegre, amanhecer de 26/07/1971)

                O contadino (agricultor), durante os meses de inverno, tinha que permanecer em casa, pois não havia condições de trabalhar na lavoura. Se não  houvesse um trabalho doméstico, a vida se desenrolaria num constante e, por vezes monótono filó. As mulheres tinham o tempo ocupado em preparar refeições, costurar bordar, tricotar, fiar. Os homens também fiavam. A ordenha, para quem tinha vacas leiteiras, o fabrico do queijo, manteiga, requeijão era outra atividade envolvente. Mas a maior pare do tempo era livre. Surgiram, assim, os famosos contadores de histórias, especialmente às crianças para entretê-las. Uma atividade das mães era ensinar os filhos pequenos a decorar o catecismo e muitas orações ensinadas pelos mais velhos e que passaram de geração em geração.

                A palavra filó significa, na Itália, o conjunto de trabalhos manuais que podiam ser executados em casa, no período de inverno. Uma boa atividade era o encontro entre vizinhos. Uma família visitava outra e vice-versa.

                Para quem não tivesse o aconchego dos animais, na estrebaria, anexa à casa, o aquecimento  doméstico tinha que ser feito à base de lenha.

                Impossível seria enfrentar o inverno rigoroso, de muits graus abaixo de zero, sem o aquecimento pelo fogo doméstico.

                Mas escassa era a  lenha e hoje ainda o é nas pequenas borgatas onde ainda não chegou o aquecimento domiciliar. Que fazem, hoje, nessas localidades, as pessoas idosas, os aposentados que ficam em casa  sem o que fazer?  Para economizar lenha, costumavam reunir-se anciões de duas ou três famílias, um dia nesta outro dia naquela casa, até o anoitecer, para assim, queimar lenha numa só casa. À noite, retornando, acendem o fogo para preparar os alimentos e aquecer o ambiente. Em La Valle Agordina “Belluno” em 1984, visitamos um grupo de anciãos de três diferentes famílias, reunidos numa mesma casa, ao redor do fogo, num rigoroso inverno janeiro. As mulheres faziam diferentes costuras e os homens se ocupavam   contando histórias.

                Em nossas colônias não tivemos problemas do frio. Mas o filó passou a ser uma tradição ou uma atividade da noite, ou do anoitecer. Depois de escurecer não dá para trabalhar na lavoura, sentão prepara-se a comida, fica-se conversando, rememora-se o dia passado, os pais aproveitam para uma conversa pedagógica com os filhos e a harmonia se torna completa quando, finda a janta, todos, de joelhos, desfiam as contas do rosário, rezando o terço, agradecendo a Deus pela vida, saúde, colheitas, pedindo a libertação das inteperies e pragas e rezando pelos doentes, pelos falecidos...

                Na colônia, quando se determinava fazer filó em alguma família, juntava-se em casa, procurando chegar umas duas horas antes do horário dessa família ir dormir. Tinha-se o cuidado de chegar na família depois que já tivesse jantado. Aí se ajudava a lavar a louça, se o estivessem fazendo, senão se rezava juntos o terço, se o estiva alguém doente, era costume estivessem rezando. E seguia-se o filó...

                Se houvesse alguém doente, era costume visitar também no horário do filó, mais com visita mais breve e com outro ritual. Chegava-se, visitava-se o doente, ficava-se em filó com os familiares em tempo mais breve. Ao final, se o doente não estivesse dormindo, fazia-se a despedida. O filó era com os familiares, sempre da maneia que não perturbasse o repouso do doente.

                Quando, porém, alguém estava em estado grave de saúde, que demandava a presença de alguém, noite e dia, aí estavam os vizinhos, em rodízio, sobretudo à noite, para auxiliar nesses momentos difíceis.

                O filó era, pois, um momento de harmonia da família com sigo mesma, da família com Deus através da oração, e da família com os vizinhos através de encontros periódicos, ditados pelo bom-senso e pelo nível de amizade entre famílias de costume e tradições próprias. Hoje ainda, festeiros de capelas, presidentes ou distribuir encargos entre associações, quando precisam combinar atividades ou distribuir encargos entre associados, vão fazer filó à noite, e passam a limpo a situação da entidade ou instituição que dirigem.

                Os filós eram momentos privilegiados para a crianças que podiam encontrar-se e brincar  juntas; para os jovens que se instruíam pela conversa dos adultos e também tinham oportunidade de encontro com o bem-amado ou bem-amada; e com os adultos que descorriam sobre as culturas, preços, negócios, a troca de sementes o empréstimo de animais reprodutores, troca de jornadas em tarefas especiais, a necessidade de auxiliar alguma família que necessitava de mão-de-obra, por ter alguém doente. Enfim, o filó era, acima de tudo, uma grande escola de valores humanos e cristãos, de educação para sociabilidade e cidadania.

                A dureza de um dia de trabalho não terminava na subjugação pelo cansaço, mas na harmonia do encontro. Famílias que não se visitassem em filós, eram famílias mal relacionadas.

                O filó era também oportunidade de convidar os vizinhos, por ocasião da safra de pinhão, batata, amendoim, laranjas, nêsperas, pêras... Oportunidade em que se aproveitava o bom vinho caseiro. A sensibilidade sugeria que se convidadesse os vizinhos que não haviam produzido tal e qual produto para compartilhar com eles.

                As épocas de safras, eram oportunidades para convidar os amigos ao filó. Ao tempo da uva, convidava-se alguém que ainda não tinha parreiral, para comer uva e beber o vinho doce. O amendoim, o pinhão, a batata, os crostóli, o vinho, a graspa, o café, as bolachas caseiras, eram comes e bebes corriqueiros nos filós.

                Poder-se-ia citar muitos elementos do filó. Mas, o mais importante é aquele filó não esporádico, mas que acontecia todas as noites na casa de cada colono. O encontro da família, preparando-se para a janta, jantando, lavando a louça, fazendo trança, dobrando palha de milho para cigarros, limpando a casa... em meio a uma conversa panorâmica do dia vivido. A família transformava-se em antecâmara do paraíso quando, no final de tudo, jovens, velhos e crianças se ajoelhavam e rezavam conforme o costume de cada família. Crianças adormeciam sobre os bancos e tinham que ser levados à cama no colo, jovens também pegavam no sono e vinha um sacudão dos pais para acordá-los e reagir ao sono porque precisavam rezar. Ia-se à cama abençoado por Deus, com a esperança de levantar disposto e feliz para um novo dia de trabalho que terminaria com um novo dia de paraíso, com a mesma oração noturna, mas cada dia com motivações e intenções diferentes.

                O trabalho era o sinal do progresso, os frutos do trabalho eram sinal da bênção de Deus. Mas a refeição com todos juntos, com alegria e saúde era sinal da vida, da saúde e do amor entre pais e filhos, e a oração era o grande sinal do paraíso. O filó era, pois, a grande síntese da vida do homem em família, em vizinhança e em relação com Deus.

Bibliografia:

 Nós os Itálicos Gaúchos: Mário Maestri..,{et al.} . – Porto Alegre, Ed Universidade /UFRGS. 1996.

Canção do Exílio


Canção do Exílio

                        Eduardo Dall’Alba

 

Minha terra tem parreiras

Onde canta o sabiá

Tem trabalho dos mais simples

Que não encontro por cá

 

Em cismar comigo a noite

Menor parazer eu encontro

Minha terra tem parreiras

Onde é difícil cantar

 

Minha terra tem parrreias

E colonos à deriva

E uma crise, das fortes

Que colonos algum se esquiva.

 

O metal da minha terra

Me ofusca a vista,

Foi uma terra fria e dura

E de difícil conquista

 

Não permita Deus que eu morra

Sem que eu volte para lá

Minha terra tem parreiras,

Onde é difícil cantar

Breve Glossário de Termos Técnicos


Breve Glossário de Termos Técnicos

 Aglutinação - fusão de dois elementos lexicais numa única palavra; Ponte e alto formam Pontalto (ponte alta).

 Antropônimo – nome próprio de pessoa e também sobrenome, embora se costume usá-lo mais comumente com a primeira acepção.

 Apelativo – qualquer tipo de vocábulo usado para designar uma pessoa, podendo ser nome, apelido, cognome.

 Cognome – épiteto nominal, apelido.

 Étnico – vocábulo que indica que um cidadão pertence a uma raça. A uma etnia, a um povo, como alemão francês, italiano.

 Gentilico – designativo dos habitantes de um país, de uamregião, de uma cidade, como Italiano, Lombardi, Milanese, Napolitano.

 Hipocorístico – forma abreviada ou modificada, de cunho popular e coloquial, de um nome; de Antônio, se formam os hipocorísticos Tonho, Toni, Toninho.

 Fitônimo – nome de palanta como olmo(olmeiro) vigna (videira).

 Hagiônimo – nome de santo, como Santo André, São Paulo, São Pedro.

 Hagionímico – sobrenome derivado de nome de santo, como Andreis, Petri, Pauli.

 Matronímico – sobrenome derivado deo nome da mãe e significa sempre filho de, como Agnesi (filho de Inês)De Maria, Di Anna.

 Pan – italiano – sobrenome, neste caso, que ocorre em todo o território da península itálica, como Rossi, Bianchi, Ferrari,

 Patronímico- sobrenome derivado do nome do pai e significa sempre filho de, como Petri, (filho de Pedro) Bernardi, Di Lauro.

 Sobrenominização – processo de transformação de um nome, de um apelativo em sobrenome.

 Topônimo – denominação de locais geográficos, áreas, países pontos de referencia, como italia, lácio, montanha, lago, rio, praia, praça, paço municipal, etc.

 Tomonìmico – sobrenome derivado de um topônimo, como Pisa, Roma, lago,Dal filme, Costa, Montagna, Piazza, Della Via.

 Zoônimo – nome de animal, como leone (leão) bue (boi).

 

 Uma listagem mais complexa dos sufixos que concorrem para a formação dos sobrenomes e também para a derivação lexical no idioma italiano pode ser encontrada num boa gramática histórica. Aconselha-se a leitura da Gramatica Italiana e dei sui Dialetti de Gehrad Rohlfs de onde, salvo pequenas alterações, foi extraído o elenco apresentado acima.

 Seria demasiado longo e enfadonho exemplificar cada um destes sufixos com alguns sobrenomes em que o mesmo se faz presente. Convém observar que os sufixos constituem a mairo fonte mulplicativa dos nomes familiares italianos. Estes concorrem realmente para, acredita-se decuplicar as formas originais dos sobrenomes italianos. Os exemplos falam por si. Do antropônimo Giovanni, resultam vários hipocirístico, como foi frisado anteriormente. Tomando-se um deles, Zan ou Zane, por exemplo, obtém-sem com a sufixação, sobrenomes com Zanin, Zanini, Zanon, Zanoni, Zanette, Zanetti, Zanotti, Zanotto, Zanella, Zanello. Zanelli, Zanengo, Zanenghi, Zanet, Zanet, Zanesi, Zanessi, Zanicchi, Zaniol, Zanioli, Zaniolo. Zanol, Zanolo Zanola, Zanot, Zanus, Zanuso, Zanussi, Zanut, Zanuto, Zanutta, Zanutti, Zanoto, Zanata, Zanatta, além de Zanni, Zannini, Zannoni,

 Ata, ita, uta: Deverbal, qualidade, noção temporal.

 etc. Assim também de Domenico, pode-se lembrar Domenichini, Domenechini, Domeneghini, Menichini, Meneghin, Meneghini, Menegato, Menegatti, Meneghetti, Menegotto, etc.

 Um fato interessante na formação dos sobrenomes é a dupla sufixação, Essa ocorre suficientes para verificar este fenômeno linguístico derivativo. Tomando o mesmo sobrenome Zane ou Zani, com o acressimo do sufixo diminuitivo otto, origina-se Zanotto; se a este, for acrescido o sufixo, também diminuitivo, ello, obtém sobrenome duplamente Zanotello. O curioso neste sobrenome é a sua carga semântica que foi perdida através dos séculos. Observa-se que Zane, Zani ou Zan representam hipocorístico que surge sob o signo de forte carga afetiva, pois se formou na linguagem popular e coloquial em que a afetividade e a benquerença propriciam fixação de todo hipocorístico.

 Outro exemplo idêntico, com o memo sobrenome Zani, se verifica-se com Zanini (com o sufixo diminuitivo – ino) e em Zaninelli com o sufixo diminuitivo – ello)

 Existem, porém sobrenomes com a tripla sufixação; e não são raros. Revendo o sobrenome Zane, Zani, forma-se Zanini com um primeiro sufixo diminuitivo; deste se origina Zaninelli, com o segundo sufixo diminuitivo; acrescentando-se a este último, o sufixo- ato tem-se como resultante o sobrenome Zaninellato, triplamente sufixado. Semelhante a este é o caso de Binellato; substraindo-se o último sufixo (ato), obtém-se o sobrenome Binello, Binelli; suprimindo-se o sufixo diminuitivo –ello rsulta outro sobrenome, Bino Bini: etc...

 Bibliografia:

 Mioranza, Ciro – 1940. Filius Quondam /Ciro Mioranza – São Paulo: São João Batista Editora, 1996

Armando Corbellini


Vida de Armando Corbellini

                       Detalhes de Norma C.C. Corbellini Zanatta Arnaldo Corbellini e Ibanor Corbellini

Irmão Primo Armando Corbellini, conhecido por irmão Pacômio, Irmão Cordeiro e Armando Corbellini. Filho de Imerio Corbellini e Esterina Notari, natural de Garibaldi – RS, Linha Alencar Araripe (interior de Garibaldi- RS). Tinha outros irmãos por parte de mãe: 2º casamento de Imério Corbellini e Esterina Notari: Irene, Armando e Irino. Do 1º casamento Imério Corbellini e Catarina Vedovatto por parte de pai eram os seguintes: Luiz, Antônio, Maria, Batista Primo, Anibal, Alberto, Eduardo, Rosa, Teresinha e Adelaide.

 Falecido e sepultado no Rio de Janeiro em 1996, participaram do sepultamento a Dulce Polita sua sobrinha e outros familiares de Guaporé.  Foi professor do guerrilheiro Jonas Zabinbi em Moçambique.  Mas quem era o presidente e do país era Samora Machel. Os negros tinham raiva dos brancos e no dia 28-10-1973 os negros queriam enforcar o Irmão Armando Corbellini em praça pública.  Então os alunos do Irmão Armando, contaram para Ele que seria enforcado. O colégio dos maristas estava cercado de policias com metralhadores e tanques.

Irmão Armando pegou todos os seus documentos e disse que iria fugir. Aproveitou para se despedir do diretor do colégio e outros irmãos e que iria para o aeroporto.  O diretor disse, para onde tu vais? Apenas respondeu que ia fugir. No aeroporto ele foi num pequeno avião para Rodézia, país vizinho, e como lá não consegui pousar, teve que regressar para Moçambique e ao chegar os policiais o prenderam. Foi preso no campo de concentração, onde tinha, cobras, ratos e só comia farinha de mandioca molhada com água. Os porteiros do campo de concentração eram os próprios alunos. Eles diziam foge professor Cordeiro, ele respondia. Como vou fugir se aqui estou preso. Os alunos combinaram que certo dia depois de muito tempo de prisão às 4h da manhã abriram o portão e o professor Pacômio,  embarcava num Jeep a fronteira com a Rodesia. Somente o porteiro sabia, o outro que conduzia o jeep, não sabia do que se tratava, e resolveu perguntar onde vais professor Pacômio.  O Irmão respondeu que iria caçar. Em Moçambique quem trabalhava eram as mulheres, pois os homens ficavam apenas caçando, pegando borboletas e insetos, frutas para comer. No campo de concentração deixou escrita essa poesia:

Sinto que morro lentamente à fome

O corpo treme sou uma chaga e dor

Sangra-me as mãos e os pés sinto torpor

Sinto a agonia que me roe e consome

 

A noite é longa e cruelmente insone,

Gemem fantasmas entre as trevas, horror!!

Correm insetos em meu corpo e o ardor

Gera um inferno sem igual sem morre.

 

Tornei-me um verme da crueldade humana

Meu corpo nú marcado pela violência

Goteja o sangue de uma vingança insana...

 

Não peço aos homens nem perdão ou clemência

Ao Deus que tudo vê e nada engana

Proclamo a minha fé a minha inocência

 

                              No campo de concentração do Dando – Moçambique 13 de setembro de 1975

Irmão Cordeiro caminhava durante o dia, e a noite ele dormia em cima de árvores, para se defender do ataque das feras, tomava água do orvalho, isso até chegar no pais vizinho da Rodezia. Na Rodezia tomou o avião e depois de muitas dificuldades chegou a Portugal. Ao chegar deparou-se com uma guerra civil onde não podia desembarcar. Depois deram permissão e ele foi até a casa dos Irmãos Maristas de Portugal, que o acolheram dando-lhe roupas e comida e o que precisava.  Quando foi possível lá pelos anos de 1975 retornou ao Brasil e se fixou na província do Rio de Janeiro, na Tijuca. Onde passou a trabalhar colocando os refugiados e que saíram de Moçambique e se refugiavam no Brasil, dando-lhes um lugar mais seguro e condições de emprego e condições de começar nova vida.

Irmão Cordeiro era um exímio jogador de  Bademinton  e provavelmente foi o primeiro a trazer para o Brasil esse esporte da África que era jogado pelos ingleses. Jogo esse que se joga com uma raquete e bola de tênis e outro adversário é uma parede, a bolinha bate e volta para que o jogador não a deixe cair.

No Brasil, todos os anos retornava, para os pagos no Rio Grande do Sul para visitar os parentes e amigos, os irmãos Maristas de Garibaldi etc. Contava com alegria as histórias de Moçambique e chorava ao ver as mesas cheias de comida. Gostava de comer milho verde, figos , uva (pois retornava sempre na época da safra da uva), e almoçava sempre na casa dos parentes. Irmão Armando Corbellini faleceu no Rio de Janeiro no ano de 1996. Durante o tempo que frei Paulo F Zanatta esteve participando do Curso de Espiritualidade franciscana (Cefepal), Irmão Armando o visitou diversas vezes e convidou frei Paulo para celebra missa, na casa dos Irmãos Marista na Tijuca, no seminário São José, e para conhecer o Rio de Janeiro. Lá frei Paulo viu uma sala de trabalho do Irmão Armando com fotos da África, saltando de paraquedas, com os cachorros amestrados e etc. Frei Paulo lembrou ainda que Irmão Armando Corbellini fez uma vista no tempo de férias em Belém Novo, na Paróquia Nossa Senhora de Belém, era um dia muito calor insuportável, e deu uma crise de asma, foi muito difícil de passar. O frei ficou muito preocupado, pensava que deveria baixa-ló no hospital, pois pensava que iria morrer. Outra lembrança que frei Paulo recorda no tempo ginasial no colégio Santo Antônio de Garibaldi, cada 2 a 3 anos aparecia o Irmão Armando Corbellini, de batina, com uma sacola e um dente de marfim dos elefantes da África, ficava uns dias pela volta dando palestras e motivando os alunos para a vida religiosa. Ainda lembro que Ele convidou-me muitas vezes para ser Irmão Marista. Um dia respondia a Ele que queria ser Franciscano seguidor dos passos de São Francisco de Assis. No Rio de Janeiro também trabalho com meninos de rua. Ainda hoje há gente que lembra do Irmão Armando Corbellini, pela sua rigidez na educação em Santa Maria, por exemplo: o médico Plinio Desconzi, foi interno do marista e lembra da sua figura e da sua dedicação.

Levantava de madrugada, e caminhava até  a linha Araripe.  Lá ajudava a apanhar a uva e visitava os parentes Corbellini, durante alguns dias que permanecia em férias. Visitava sua Irmã Irene Corbellini em Guaporé e outros lugares, sempre visitando parentes, em Curitiba era seu Irmão Irino Corbellini, Lajeado visitava sua dentista Rosane Vogt, e outras casas de familiares e parentes. Um dia estava em Garibaldi, e deu uma crise de asma muito grande, na casa de Lurdes Brugalli Corbellini, ela queria baixa-ló no hospital São Pedro de Garibaldi, mas o Irmão Armando não quis. Em Garibaldi ele gostava de parar na Casa de Ibanor e Anita Corbellini, Luiz e Norma Corbellini Zanatta, Imério e Lurdes Corbellini, em Guaporé na casa da Irmã Irene Corbellini, na casa do seu irmão Irino Stefano Corbellini, na casa dos irmãos maristas etc.. Irmão Armando disse que tinha uma irmã e ela casou-se com um índio, e todos os anos a visitava, Ela era filha da avó Esterina Notari Corbellini.  Quando a avó Esterina Notari Corbellini ficou viúva casou-se pela segunda vez com o bisavô Imério Corbellini, que também era viúvo da falecida Catarina Vedovatto. Os filhos do bisavô Imério Corbellini, colocaram tudo fora e tiveram que morar de aluguel. Esses filhos do Imério não eram filhos de Esterina, pois eram madrasta destes filhos, e o local onde residiam é hoje há a loja de Ricardo Aliatti era o hotel Corbellini. Os filhos de Esterina Notari, entravam com os dedos na comida, fato que deixava muito braba. Na época não tinha tantos talheres como há hoje em todas as casas, e eles usavam desta prática, pois para se alimentar usavam as mão, fato que muita gente não gosta, mas era comum na época. Outro fato que destacou-se foi a visita de Anibal Corbellini depois de muitos anos morando em Anta Gorda – RS.  Após muitos anos de ausência da casa paterna, um belo dia resolveu fazer uma visita. Como tinha passado muitos as pessoas mudam de fisionomia Ele voltou e não foi reconhecido, também não disse quem era e as novas gerações no o reconheceram, foi-se embora sem dizer quem ele era. Fato que foi lembrado pelos parentes que o conheciam, mais tarde.  A casa (antigo cortume) hoje situada em Garibaldi, propriedade do Gesuino Malvessi era de Luiz Corbellini e Irmão mais velho do Irmão Armando Corbellini que eram o filhos mais velho do Imerio Corbellini e Catarina Vedovatto. Um outro filho chamado Antônio era uma pessoa muito boa, mas quando abria a boca para rir parecia uma gamela de tão grande (fato relatado por uma pessoa o conheceu).

O motivo que os Corbellini foram morar em  Sério é o seguinte: O Imério tinha muitos filhos lá na Linha Alencar Araripe e os que iam casando, deixam o lugar, recebiam uma ajuda para começar vida nova.  Um dos filhos João Batista Corbellini casado com Adele Branchi saiu de carroça para sério. Foi Morar em 7 de setembro, depois que os frei Tiago (franciscano) disseram que iria se tornar paróquia, então todos eles foram para Sério (relato de Arnaldo Corbellini). Outro irmão de Luiz Corbellini também fizeram a mesma coisa a exemplo do Batista, Anibal, Paulo, as Irmãs Adelaide, Teresinha etc. O que permaneceu na casa paterna do falecido Imério foi o Eduardo Corbellini, foi comprando a parte dos outros irmãos que casavam e saíam de casa. O mesmo fato ocorreu com Eduardo Corbellini e Palmira Aime Corbellini, os filhos deste casal também foram casando e recebendo sua herança e assim constituindo família em outro lugar. O ultimo filho Imério casou-se com Lurdes Brugalli, vindo o Imério a falecer a Lurdes ficou dona da propriedade e residindo lá nesse lugar até os dias atuais. O Pai de Frei Lucas Corbellini, João Batista Corbellini e a mãe Adelle Branchi, Paulo Corbellini e Adele Ficagna, aconteceu também a mesma história. Os filhos iam  casando-se e recebiam uma herança para começar vida nova em outros lugar, pertos dos pais ou em outro lugar, pois a propriedade se tornava pequena para tanta gente usar da terra, isso é reforma agrária. Outros conseguiam uma outra profissão para trabalhar e assim ganhar a vida. Aconteceu com o  primo, Severino Corbellini, também foi morar em Porongo, ao lado de Sério para ficar perto dos parentes. Em Sério eles compraram terras de Alberto Sério, que era também de Garibaldi (Armando Peterlongo) que possuía estabelecimento de bebidas. O nome de Sério derivou de Alberto Sério, ou de Armando Sério que também era de origem de Garibaldi . O João Batista Corbellini para construir a sua casa carregava as madeiras amarradas nos cargueiros das mulas e assim as conduzia no local onde construiu  o seu lar. As madeiras eram serradas na madeireira de Abraão Kenipoff, onde possuía um engenho. Arnaldo Corbellini, ainda lembra, que deu uma peste de ratos, pois não podiam salvar nada, nem as batatas doces das roças,  e a Norma C.C.Corbellini, recordou que foi pelo ano de 1937, quando tinha 12 anos de idade. Fatos esses lembrados na praia Rainha do Mar e Garibaldi – RS.