Irmão Cordeiro alimentava-se de insetos e, quando nessa moleza total saiu de sua alma o soneto que segue gravado na palhoça que ficou meses, as letras eram de sangue e ele jamais o esqueceu.....: (no barro)
Sinto que morro lentamente à fome
Meu corpo treme, sou uma chaga e dor,
Sangram-me as mãos e os pés, sinto o torpor
Sinto a agonia que me rói e consome
A noite é longa e cruelmente insone
Gemem fantasmas entre as trevas Horror...
Correm insetos em meu corpo e o ardor
Gera um inferno sem igual, sem nome
Tornei-me um verme da crueldade humana
Meu corpo nu, marcado de violência
Coteja o sangue de uma vingança insana
Não peço aos homens nem perdão, nem clemência
Ao Deus que tudo vê e nada engana
Proclamo a minha fé é inocência
Certo dia dirigentes da Frelino de visita ao campo de concentração viram a avioneta que haviam estacionado levantar vôo e desaparecer. Nela ia Irmão Cordeiro à caminho da Rodésia e da Liberdade...
Relatos feitos pro amigos de irmão Cordeiro
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário