quarta-feira, 28 de julho de 2010

VIDA DE IRMÃO ARMANDO CORBELLINI

Angola Ele Foi
Angola






Vida do Irmão Armando Corbellini.
Conhecido por Irmão Pacômio e também irmão Cordeiro ou simplesmente Armando, nascido em Garibaldi da tradicional família Corbellini, no distrito de Araripe. Freqüentou as aulas no Colégio Santo Antônio, depois dirigiu-se para o Instituto Champagnat. Terminada a formação marista e pedagógica iniciou a sua trajetória de professor nos colégios de santa Maria, Rosário, Internato Paranaense, de Curitiba.
Em 1948, o Irmão Afonso abria as fundações maristas em Portugal e Moçambique. Irmão Cordeiro deixou os pagos e lançou-se à aventura de África; Moçambique e Angola de 1948 a 1975. A chegada gloriosa não imaginava a retirada em fuga 27 anos depois.
Foi professor do Guerrilheiro Jonas Savimbi em Moçambique, porém o presidente era Samora Machel. Os negros tinham raiva dos brancos e no dia 28-10-1973 desejavam enforca-lo em praça pública. Então os alunos do Irmão Armando contaram para ele que seria enforcado, e o colégio dos irmãos marista estava cercado de policias com metralhadores.
Irmão Armando pegou os seus documentos e disse que ia fugir. Aproveitou para se despedir do diretor do colégio e disse vou fugir para o aeroporto. O diretor disse-lhe onde vais? Apenas disse que iria fugir. No aeroporto ele foi para a Rodézia, chegando lá não conseguiu aterrizar, então teve que retornar para Moçambique e lá ao chegar os policiais o prenderam.
Foi preso e colocado no campo de concentração e tinha cobras, ratos e só comia farinha de milho e mandioca misturada com água. O porteiro do campo de concetração era seu ex-aluno que sempre lhe dizia foge professor Armando. Porém Armando dizia:
- fugir para onde se estou aqui preso.
Um dia o aluno combinou que às 4:00hs da madrugada abriria o portão e o professor Armando embarcaria num Jeep, porém o motorista não sabia o que estava acontecendo, e assim o levaria até a fronteira com a Rodézia. Quando o motorista perguntava para onde o Sr vai, O professor Armando respondia que ia caçar. O Motorista o deixou na fronteira com a Rodézia, e assim caminhava de dia e a noite dormia empoleirado nas árvores por medo das ferras. Irmão Armando bebia água do orvalho até chegar na fronteira com a Rodézia e se alimentava de frutas silvestres, insetos porém passou muita fome.
Na Rodézia tomou o avião para Portugal, porém ao chegar também enfrentou muitas dificuldades pois estava em guerra civil. Por fim derram-lhe permissão e ele foi até os colégio dos Irmãos Maristas de Portugal, deram-lhe roupas e comida e o acolheram. Quando foi possível lá pelos anos de 1975 retornou para o Brasil e fixou-se na província do Rio de Janeiro. Voltou ao Brasil para dedicar-se à recepção e colocação dos refugiados e fugitivos brancos de Angola e Moçambique que em 1976 se organizavam independentes sob o regime marxista.Onde passou a trabalhar colocando os refugiados de guerra e pessoas que fugiam de Moçambique em lugares mais tranqüilos..
Milhares de refugiados receberam das mãos do irmão Armando Cordeiro o auxilio, novo assentamento na terra hospitaleiras do Brasil, no Estado do Espírito Santo, no Rio de Janeiro ou alhures. Não tinha descanso do dia ou de noite para atender os refugiados carentes de comida, vestuário, de moradia. A tudo ele acorria para salvar os irmãos necessitados. Nesse trabalho, passaram-se largos dez anos.
Depois que as coisas serenaram do lado dos refugiados, Irmão Cordeiro ofereceu-se para nova missão – meninos de rua da zona da Tijuca, ali perto do Colégio são José. Longos dias de sacrifícios e privações salvaram e encaminharam dezenas e centenas de jovens para um emprego, para uma vida mais digna e mais útil a ser vivida.Em janeiro último, tendo encerrado a sua missão junto dos meninos de rua, resignou-se a recolher as armas e bagagens na Casa São José, em Mendes, Rio de Janeiro, onde no dia 1º Nossa Senhora foi busca-lo para recompensar-lhes a existência octagenária a serviços dos alunos nos colégios, das comunidades em Angola e Moçambique e na dedicação aos desvalidos.
Irmão Cordeiro foi uma figura singular como professor, como vigilante de internato, como coirmão e companheiro de estudos e trabalhos. Recordo aquele perfil, severo, feito estátua de pedra que logo se transformava em amigo e confidente.Irmão Cordeiro , poeta, pára-paraquedista, professor de Língua Portuguesa, beletrista. Soube, como poucos, dedicar o mistério da alma humana nos versos e nos gestos humanitários e fraternais. Descansa o coração inquieto após tantas batidas de amor em prol do bem de tantos, como aconteceu em 1994, em prol dos reféns da Unita, libertados graças ao telefone do Irmão Cordeiro ao Savimbi, de que fora protetor e amigo.
A generosidade constante e prodigiosa, que acompanhou aos 81 anos e quatro meses do irmão Cordeiro, Armando Corbellini ou Armando Cordeiro, é lição perene para as gerações atuais e futuras, que procurarem trilhar os caminhos do Padre Marelino Champagnat e de Maria Santissima.

Armando Corbellini escreveu os seguintes livros: 1946 - Poesia com o título Gotas de Bálsamo1958 – Poesia com o título também Gotas de Bálsamo1968 - Poesia com o título, também Gotas de Bálsamo I1968 - Publicou um livro sobre costumes de algumas raças Africanas (Quinbundos e kacondas)1972 - Publicou 118 conferências feitas em rádio.
No dia 1 de junho de 1996, sábado, entregou sua bela alma a Deus na casa são José de Mendes, Rio de Janeiro, Irmão Pacômio, no registro civeil armando corbellini, que aos longos anos de África assumiu o nome de Armando Cordeiro.
Esta foto foi retirada do Diário da Genny ex aluna.
Dados e relatos:
Norma C.C. Corbellini Zanatta
e Irmão Elvo Clemente é irmão Marista
e sua ex-aluna Maria João M. de Sousa.
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