quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

A VIDA DO IRMÃO PACÕMIO

VARIEDADES


Irmão Pacômio
A VIDA DO IRMÃO PACÔMIOElvo ClementeNo dia 1 de junho de 1996, sábado, entregou sua bela alma a Deus na casa são José de Mendes, Rio de Janeiro, Irmão Pacômio, no registro civeil armando corbellini, que aos longos anos de África assumiu o nome de Armando Cordeiro. Nascido em Garibaldi da tradicional família Corbellini, no distrito de Araripe. Freqüentou as aulas no Colégio Santo Antônio, depois dirigiu-se para o Instituto Champagnat. Terminada a formação marista e pedagógica iniciou a sua trajetória de professor nos colégios de santa Maria, Rosário, Internato Paranaense, de Curitiba. Em 1948, o Irmão Afonso abria as fundações maristas em Portugal e Moçambique. Irmão Pacômio deixou os pagos e lançou-se à aventura de África; Moçambique e Angola de 1948 a 1975. A chegada gloriosa não imaginava a retirada em fuga 27 anos depois. Voltou ao Brasil para deicar-se à recepção e colocação dos refugiados e fugitivos brancos de Angola e Moçambique que em 1976 se organizavam independentes sob o regime marxista.Milhares de refugiados receberam das mãos do irmão Armando Cordeiro o auxilio, novo assentamento na terra hospitaleiras do Brasil, no Estado do Espírito Santo, no Rio de Janeiro ou alhures. Não tinha descanso do dia ou de noite para atender os refugiados carentes de comida, vestuário, de moradia. A tudo ele acorria para salvar os irmãos necessitados. Nesse trabalho, passaram-se largos dez anos. Depois que as coisas serenaram do lado dos refugiados, Irmão Pacômio ofereceu-se para nova missão – meninos de rua da zona da Tijuca, ali perto do Colégio são José. Longos dias de sacrifícios e privações salvaram e encaminharam dezenas e centenas de jovens para um emprego, para uma vida mais digna e mais útil a ser vivida.Em janeiro último, tendo encerrado a sua missão junto dos meninos de rua, resignou-se a recolher as armas e bagagens na Casa São José, em Mendes, Rio de Janeiro, onde no dia 1º Nossa Senhora foi busca-lo para recompensar-lhes a existência octagenária a serviços dos alunos nos colégios, das comunidades em Angola e Moçambique e na dedicação aos desvalidos.Irmão Pacômio foi uma figura singular como professor, como vigilante de internato, como coirmão e companheiro de estudos e trabalhos. Recordo aquele perfil, severo, feito estátua de pedra que logo se transformava em amigo e confidente.Irmão Pacômio , poeta, pára-paraquedista, professor de Língua Portuguesa, beletrista. Soube, como poucos, dedicar o mistério da alma humana nos versos e nos gestos humanitários e fraternais. Descansa o coração inquieto após tantas batidas de amor em prol do bem de tatos, como aconteceu em 1994, em prol dos reféns da Unita, libertados graças ao telefone do Irmão Pacômio ao Savimbi, de que fora protetor e amigo.A generosidade constante e prodigiosa, que acompanhou aos 81 anos e quatro meses do irmão Pacômio, Armando Corbellini ou Armando Cordeiro, é lição perene para as gerações atuais e futuras, que procurarem trilhar os caminhos do Padre Marelino Champagnat e de Maria Santissima.Irmão Elvo Clemente é irmão Marista

Fonte: Irmão Elvo Clemente PUC

Um comentário:

Silvana disse...

Olá!
Surpresa com a visão de "estátua, homem duro" que aqui foi transposta sobre o Ir. Pacômio. Mas, sei que em cada situação, as pessoas são vistas diferentes... Nas minhas memórias, possuo lembranças ótimas dele, de como povoava nossa infância (minha e de minhas irmâs) com histórias fantásticas que sempre tinha para contar. Lembro-me de nós sentadas na sala, onde ele mostrava as fotos dos lugares por onde tinha passado, os pulos de para-quedas, tudo acompanhado de uma narrativa rica em detalhes. Ele era uma pessoa fantástica, extremamente bem humorado, solidário e era um prazer quando ele aparecia em nossa casa. Deixou saudades...
Grande abraço.
Silvana Corbellini (Lajeado-RS)